Fibromialgia

A fibromialgia é uma condição crônica caracterizada por dor generalizada, geralmente acompanhada por fadiga intensa, distúrbios do sono, alterações cognitivas (como dificuldade de memória e concentração), além de sintomas emocionais como ansiedade e depressão. Ela pode afetar qualquer pessoa, mas é mais comum em mulheres. A dor costuma ser migratória (muda de lugar) e pode ser descrita de várias formas, como peso, latejamento, formigamento... Em muitos casos, os sintomas se iniciam ou se agravam após situações de estresse físico ou emocional intenso.

A fibromialgia faz parte das dores que chamamos "nociplásticas", sendo uma doença do processamento doloroso. Pesquisas mostram que pessoas com fibromialgia têm um funcionamento alterado das vias de dor no cérebro e na medula espinhal. Isso significa que o corpo responde à dor de forma mais intensa do que o normal, mesmo sem haver uma lesão aparente.

Além disso, há um aumento de substâncias inflamatórias e neurotransmissores no sistema nervoso central, que acabam mantendo o cérebro em estado de alerta constante, o que dificulta o descanso e amplia a sensação de dor.

Apesar de ser uma condição muitas vezes invisível aos olhos e de difícil compreensão por quem não convive com ela, a fibromialgia é uma doença real, com base neurobiológica bem estabelecida. Estudos científicos demonstram diversas alterações no funcionamento do sistema nervoso desses pacientes como:

  • Aumento da excitabilidade das vias da dor, com redução do limiar para estímulos dolorosos

  • Alterações na conectividade cerebral, especialmente entre regiões envolvidas na dor, emoção e memória (como ínsula, tálamo, amígdala, córtex pré-frontal e cingulado)

  • Desregulação do sistema nervoso autônomo, causando palpitações, sudorese, intestino irritável e flutuações emocionais

  • Presença de mediadores inflamatórios no cérebro e líquor, sugerindo neuroinflamação crônica

  • Alterações em neurotransmissores, como serotonina, dopamina e GABA

  • Ativação anormal de circuitos ligados ao medo, à dor e ao estresse

O que acontece no corpo de quem tem fibromialgia?

Alterações no processamento da dor

O diagnóstico da fibromialgia é clínico, ou seja, feito a partir da história do paciente e do exame físico — não existe um exame específico para "confirmar" a doença. Os critérios mais atualizados avaliam a presença de dor em várias regiões do corpo por mais de três meses, além de sintomas associados como fadiga, alterações do sono e dificuldades cognitivas.

Exames laboratoriais ou de imagem podem ser solicitados para excluir outras condições que podem causar sintomas parecidos, como artrite reumatoide, lúpus, neuropatias ou distúrbios hormonais.

Como a medicina da dor e acupuntura podem ajudar ?

Diagnóstico e exames complementares

A fibromialgia exige uma abordagem multimodal e integrativa. Na medicina da dor é feito tratamento clínico com medicamentos, orientações de mudanças do estilo de vida e eventualmente tratamentos com meios físicos ou infusões de medicamentos. A acupuntura contribue de forma complementar, auxiliando em diversos aspectos da doença:

Efeitos da acupuntura :

  • Modulação das vias da dor, reduzindo a sensibilidade aumentada

  • Estímulo de fibras nervosas que bloqueiam o sinal de dor e ativam o sistema descendente inibitório 

  • Redução da neuroinflamação e melhora da função imunológica

  • Regulação emocional por liberação de neurotransmissores e por regulação do sistema nervoso autônomo

Resultados esperados:

  • Redução da dor e fadiga 

  • Maior tolerância ao exercício físico

  • Melhora do sono, humor e clareza mental

  • Melhor qualidade de vida

Referências

  1. Wolfe F, Clauw DJ, Fitzcharles MA, Goldenberg DL, Häuser W, Katz RS, et al. The American College of Rheumatology preliminary diagnostic criteria for fibromyalgia and measurement of symptom severity. Arthritis Care Res (Hoboken). 2010;62(5):600–10.

  2. Yunus MB. Central sensitivity syndromes: a new paradigm and group nosology for fibromyalgia and overlapping conditions. Curr Rheumatol Rev. 2005;1(2):133–145.

  3. Loggia ML, Chonde DB, Akeju O, Arabasz G, Catana C, Edwards RR, et al. Evidence for brain glial activation in chronic pain patients. Brain. 2015;138(3):604–15.

  4. Napadow V, LaCount L, Park K, As-Sanie S, Clauw DJ, Harris RE. Intrinsic brain connectivity in fibromyalgia is associated with chronic pain intensity. Arthritis Rheum. 2010;62(8):2545–55.

  5. Lau CY, Yu HW, Wong YYE, Yip BH, Wong SYS, Chung VC. Acupuncture for fibromyalgia: a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials. J Pain Res. 2019;12:527–42.

  6. Boonen A, van den Heede K, Vanden Berghe J. Pharmacological and non-pharmacological approaches to fibromyalgia. Best Pract Res Clin Rheumatol. 2015;29(1):112–23.

Um cuidado que respeita seu tempo, sua história e sua dor

Comigo, o tratamento da fibromialgia é feito com escuta, ciência e empatia. Você será acolhido de forma individualizada, com avaliação médica completa e proposta terapêutica que pode incluir:

  • Sessões de acupuntura

  • Orientações de mudanças de estilo de vida e autocuidado

  • Encaminhamento para fisioterapia, psicoterapia ou outros profissionais

  • Monitoramento da evolução com foco em bem-estar físico e emocional